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Endometriose pode causar infertilidade em 50% das pacientes, diz médica ginecologista

A endometriose, doença que afeta uma em cada dez mulheres no Brasil, pode levar de 8 a 10 anos para ser diagnosticada, segundo a médica ginecologista Gleisse Aguiar. O problema começa com dores intensas durante o período menstrual, que muitas vezes levam as pacientes ao pronto-socorro. No entanto, exames de ultrassom convencionais não detectam a doença, o que resulta em diagnósticos equivocados e prolongamento do sofrimento. “A paciente peregrina por vários médicos, diz que sente dor, mas o exame não mostra nada, e muitos profissionais afirmam que ela não tem nada”, explica Aguiar.

A doença, que inicialmente causa dores apenas no período menstrual, pode se tornar crônica e incapacitante, impedindo as mulheres de trabalhar, manter relacionamentos sexuais e até sair de casa. “Quando a dor se cronifica, ela se torna incapacitante”, afirma a médica. O diagnóstico correto requer exames específicos, como ressonância magnética da pelve e ultrassom com preparo intestinal, realizados por profissionais habilitados. “Precisamos de ginecologistas, radiologistas, ultrassonografistas, proctologistas e urologistas especializados, pois a endometriose pode afetar qualquer órgão da pelve”, ressalta Aguiar.

Além da dor, a endometriose pode causar infertilidade em metade das pacientes, além de dor durante relações sexuais. “50% das pacientes que têm endometriose têm infertilidade, não conseguem engravidar, a dor na relação sexual, a dor ao defecar, a dor no reto, diarreia ou constipação ou mudança do hábito”, disse. A doença, embora benigna, é progressiva e pode ser confundida com câncer devido à sua capacidade de invadir órgãos. “Ela não é câncer, mas pode ser confundida por profissionais desavisados”, explica a médica, em entrevista ao Jornal da Cidade nesta segunda-feira 17.

O tratamento da endometriose não envolve cura, mas pode controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. “Nem sempre a cirurgia é necessária. Muitas vezes, o tratamento clínico conservador é suficiente”, diz Aguiar. Em casos de infertilidade, o tratamento pode reverter o quadro inflamatório e permitir uma gravidez espontânea. “Temos pacientes que engravidaram após o tratamento”, relata.

Um dos grandes problemas enfrentados pelas mulheres com endometriose é a falta de conhecimento sobre a doença, que leva a procedimentos desnecessários, como a histerectomia (retirada do útero). “A histerectomia não trata a endometriose, pois os focos da doença estão fora do útero. Muitas mulheres são mutiladas sem necessidade”, alerta Aguiar.

A endometriose afeta principalmente mulheres em idade fértil, mas também pode ocorrer em adolescentes. A doença tem origem genética e imunológica, mas sua causa exata ainda é desconhecida. “Precisamos alertar médicos, profissionais de saúde e mães sobre a endometriose em adolescentes”, afirma a médica.

Além dos impactos físicos, a endometriose traz consequências sociais graves. Muitas mulheres são demitidas ou abandonadas por parceiros devido à incapacidade causada pela doença. “É uma doença de saúde pública que precisa de uma linha de cuidado específica, desde a atenção primária até o tratamento multidisciplinar”, defende Aguiar.

No Rio Grande do Norte, o Sistema Único de Saúde (SUS) não oferece cirurgias para endometriose, e a fila de espera por tratamento é longa. “Precisamos de equipes multidisciplinares para tratar a endometriose de forma adequada e evitar a progressão da doença”, conclui a médica.

 

Fonte: Agora RN

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