O governo dos Estados Unidos lançou nesta segunda-feira 5 um programa de incentivo financeiro à saída voluntária de imigrantes em situação irregular. A iniciativa prevê o pagamento de US$ 1.000 (cerca de R$ 5.658) por pessoa que optar pela “autodeportação”, além do custeio da passagem aérea para o país de origem e retirada da lista de detenção da imigração norte-americana.
“Se você está aqui (nos EUA) ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS (Departamento de Segurança Interna) agora oferece assistência financeira para viagens a imigrantes ilegais e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home”, afirmou a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
A secretária-assistente do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughin, explicou à emissora Fox News que o governo custeará as passagens aéreas para os cidadãos aprovados no programa. O valor de US$ 1.000 será pago por indivíduo, e não por família, e somente após a confirmação de chegada no país de origem, de acordo com Noem.
O programa está disponível apenas para estrangeiros que vivem nos Estados Unidos sem permissão de residência. O processo exige o envio de uma solicitação de “intenção de partir” através do aplicativo CBP Home, utilizado por solicitantes de asilo e visto.
Segundo o governo norte-americano, o tempo estimado entre a aprovação e o retorno é de até 21 dias. A primeira pessoa a usar o programa foi um cidadão de Honduras que deixou os EUA partindo de Chicago. “Bilhetes já foram reservados para esta e a próxima semana”, informou o Departamento de Segurança Interna.
O programa também é visto pelo governo como uma forma de reduzir gastos públicos. O custo médio por deportação compulsória nos EUA é de US$ 17.121 (cerca de R$ 96,9 mil), e o Departamento de Segurança Interna projeta uma economia de até 70% com o novo modelo de retorno voluntário.
Ainda de acordo com Noem, trata-se de uma “oportunidade histórica para estrangeiros em situação irregular”. A iniciativa segue modelos semelhantes adotados em países europeus. No Reino Unido, por exemplo, os cidadãos que aderem ao chamado “programa de retorno voluntário” recebem o equivalente a R$ 22,5 mil, mas ficam impedidos de retornar ao país por cinco anos.