A composição para a sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT) em 2026 já tem uma fórmula preferida dentro da base aliada: Cadu Xavier (PT) para o Governo, Fátima Bezerra (PT) ao Senado e Zenaide Maia (PSD) como segunda candidata ao Senado. A proposta partiu do deputado estadual Dr. Bernardo, em entrevista ao programa “12 em Ponto”, da 98 FM. Ele afirmou de forma objetiva: “Minha chapa já está decidida: Cadu, Fátima e Zenaide”.
Segundo o parlamentar, a coalizão liderada por Cadu tem um compromisso firmado para que o MDB indique o candidato a vice-governador. Dr. Bernardo confirmou que seu nome foi cogitado para ocupar essa posição, e ele se mostrou receptivo. O deputado está no PSDB, mas deve migrar para o MDB para a disputa eleitoral de 2026. “Eu sou um homem de partido. Se acharem que é interessante eu colaborar, eu estou pronto, preparado e querendo, embora não esteja precisando. Estou precisando de ficar quieto na Assembleia”, brincou.
Apesar disso, Dr. Bernardo também não descartou concorrer à Câmara Federal, enquanto sua esposa, Kaline Amorim, assumiria uma candidatura a deputada estadual herdando o capital político do grupo.
Cadu Xavier, atual secretário estadual de Fazenda, foi lançado como pré-candidato ao Governo do Estado pelo grupo da situação, mas o deputado reconhece que a candidatura ainda é “incipiente” e “está apenas começando”. Mesmo assim, ele vê potencial no nome. “Cadu é um excelente nome. Transita na esquerda, mas também transita muito bem na direita. Não é um candidato radical que acaba fechando portas”, avaliou.
Apesar de o nome da senadora Zenaide Maia (PSD) estar hoje mais próximo do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), Dr. Bernardo não vê problema em manter o apoio a ela. “Tenho um compromisso com a senadora Zenaide. Esteja ela onde estiver, eu voto nela para senadora”, disse, acrescentando que não vê espaço para Zenaide se acomodar dentro do campo bolsonarista. “Ainda que Allyson seja o candidato da direita, é muito difícil para Zenaide ir lá.”
Além disso, o deputado também relatou bastidores da reorganização partidária que ocorre no Rio Grande do Norte. Ele, que está prestes a desembarcar no MDB, participa da formação da nominata do partido para deputado estadual em 2026, ao lado de Ezequiel Ferreira, Kleber Rodrigues, Galeno Torquato, Eudiane Macedo, Hermano Morais, Ubaldo Fernandes e Ivanilson Oliveira. “As conversas estão sendo feitas no sentido de fazermos uma nominata forte no MDB, como foi no PSDB, para eleger nove ou dez deputados estaduais”, afirmou.
Dr. Bernardo revelou ainda que ouviu do próprio vice-governador Walter Alves (MDB) a promessa de entrega da presidência estadual do partido ao presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira (atualmente no PSDB), como parte da construção da nova aliança. Entre os nomes novos, o MDB também lançará Saintclair, chefe de gabinete de Walter, como candidato a deputado estadual.
Governo preserva credibilidade e pode virar jogo até 2026, diz deputado
Apesar de reconhecer a queda de popularidade da governadora Fátima Bezerra (PT), Dr. Bernardo Amorim acredita que a credibilidade da gestão está preservada e que o governo pode recuperar terreno político até 2026. “Em política, você pode perder popularidade. O que você não pode perder é credibilidade. E o governo Fátima não perdeu credibilidade”, avaliou.
O parlamentar argumenta que, apesar dos desafios, o governo não enfrenta escândalos de corrupção e tem entregado avanços importantes. Entre eles, o deputado destaca o programa estadual de cirurgias eletivas, que teria realizado 89 mil procedimentos em todo o Estado durante a gestão de Fátima Bezerra. “Quando começou, a fila era de 18 mil. Hoje, o sistema estadual regula praticamente zerado em várias regiões, como o Alto Oeste. É preciso dizer isso”, afirmou.
Na visão de Dr. Bernardo, uma das maiores dificuldades do governo foi a situação das estradas, mas ele reconhece que houve avanço. “Foram feitos 800 quilômetros de novas estradas. Está sendo licitado agora mais 600 km. Vai chegar perto de 2 mil km até o final do mandato. A governadora está virando esse jogo”, disse.
Sobre o impacto das críticas à gestão, o deputado acredita que o tempo ainda é aliado. “Se o governo estiver bem, vem quem vier como adversário, e a gente ganha a eleição”, resumiu.
Não escolhemos adversário, afirma Dr. Bernardo sobre união da direita
O deputado estadual reconheceu que uma eventual união dos principais nomes da direita potiguar — como Rogério Marinho (PL), Álvaro Dias (Republicanos) e Allyson Bezerra (União Brasil) — criaria um adversário forte para a base da governadora Fátima Bezerra (PT) nas eleições de 2026. “Se houver uma junção, fica muito forte. Mas política não se faz sozinho. É preciso grupo e coesão. E Allyson hoje não agrega muito”, avaliou.
Na opinião do parlamentar, o prefeito de Mossoró enfrenta dificuldades de articulação e carrega passivos administrativos. “Mossoró não tem hospital municipal. O Tarcísio Maia, que deveria ser regional, funciona como municipal. E 88% dos internamentos são de pacientes mossoroenses”, criticou. Segundo ele, prefeitos anteriores da cidade “nunca priorizaram a saúde”.
Dr. Bernardo disse ainda que não teme quem possa surgir como adversário nas urnas. “Não escolhemos adversário. Em política, se você estiver bem, o outro está mal. Você não precisa escolher o adversário, precisa é fazer sua parte e estar bem avaliado”, declarou.
A fala do deputado também rebate insinuações de aproximação entre nomes do campo progressista e a oposição. Para ele, mesmo que a senadora Zenaide Maia (PSD) esteja atualmente mais próxima de Allyson, “é muito difícil que ela permaneça na direita”. Ele vê espaço para reconciliação: “As declarações dadas até agora dificultam uma aproximação, mas não é impossível. Em política, às vezes se cospe para cima… e depois engole.”
Fonte: Agora RN
