A Lua diurna é um fenômeno que desperta a curiosidade de muitas pessoas ao redor do mundo. Embora seja de comum acordo associar a Lua ao céu noturno, é comum vê-la brilhar também em plena luz do dia. Mas qual seria a razão para isso acontecer?
Este fenômeno ocorre devido a uma combinação de fatores astronômicos e atmosféricos, incluindo a órbita da Lua em torno da Terra, a posição relativa do satélite natural e do Sol no céu, e a capacidade da Lua de refletir a luz solar de maneira intensa. Compreender por que a Lua é visível durante o dia não apenas amplia nosso conhecimento sobre os ciclos lunares, mas também nos instiga a aprender mais sobre os mistérios do universo.
A presença da Lua no céu diurno é um fenômeno interessante que envolve a interação entre a luz solar e a atmosfera terrestre. As partículas de gás presentes na nossa atmosfera, principalmente nitrogênio e oxigênio, dispersam a luz de comprimentos de onda curtos, como a luz azul e violeta. Esse processo de dispersão, que consiste na absorção e reemissão da luz em diferentes direções, é responsável pela cor azul do céu.
Para que a Lua seja visível durante o dia, ela precisa superar a luz solar dispersa pela atmosfera. Segundo explicou a Live Science a partir de uma declaração de Edward Guinan, professor de astronomia e astrofísica da Universidade Villanova, na Pensilvânia, nos dois ou três dias ao redor da lua nova, a Lua se torna invisível para os observadores na Terra.
Isso acontece pela posição no céu, que faz com que a luz emitida pelo Sol ofusque a luz refletida pelo satélite natural. Porém, a proximidade da Lua com a Terra — uma média de 384.400 quilômetros —, faz com que a luz da Lua pareça mais brilhante do que as emitidas e refletidas por outros astros mais distantes.
Segundo o professor, as luzes de estrelas visíveis da Terra seriam bilhões de vezes menos intensas que as do Sol, e milhões de vezes mais fracas que as refletidas pela Lua. Dessa maneira, a iluminação proporcionada pelo Sol consegue ofuscar a luz das estrelas durante o dia, mas nem sempre pode fazer o mesmo com o que é refletido pela Lua.
Os astrônomos quantificam o brilho aparente de objetos celestes medindo a quantidade de luz que eles emitem, como explicou Edward Guinan. A proximidade da Lua em relação à Terra faz com que seu brilho superficial seja maior do que o das estrelas, permitindo que a vejamos facilmente durante o dia. A visibilidade diurna da Lua também depende das estações, da fase lunar e da clareza do céu.
Em média, a Lua é visível durante o dia por cerca de 25 dias por mês. Nos outros cinco dias, próximos às fases da lua nova e lua cheia, ela não é visível. Perto da lua nova, está muito próxima do Sol para ser vista.
Perto da lua cheia, a Lua nasce ao pôr do sol e se põe ao nascer do sol, sendo visível apenas à noite. Segundo Guinan, no dia da lua cheia, o Sol se põe e a Lua nasce, e vice-versa, não permitindo que ambos estejam no céu ao mesmo tempo.
A Lua está acima do horizonte por 12 horas diariamente, mas nem sempre é visível durante o dia. No inverno, por exemplo, quando os dias são mais curtos nas latitudes médias, há menos tempo para a Lua ser vista durante o dia.
A melhor época para observar o fenômeno é durante o primeiro quarto crescente (uma semana após a lua nova) e o terceiro quarto minguante (uma semana após a lua cheia), segundo a Live Science. No primeiro quarto, a Lua pode ser vista à tarde, ao nascer no céu oriental. No terceiro quarto, ela é visível pela manhã, pondo-se no céu ocidental.
Segundo Guinan, nessas fases, a Lua fica visível com o Sol por cerca de cinco a seis horas por dia, o que proporciona os períodos mais longos em que a Lua e o Sol compartilham o céu.
Fonte: O Globo