de Macapá (AP), foi afastada do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, no dia 21 de abril deste ano, data em que também foi anunciada a morte do papa Francisco. A saída do cargo ocorreu após uma denúncia anônima enviada em 2023 ao Vaticano, que relatava supostos casos de maus-tratos, abuso de poder e desvio de recursos voltados à manutenção do mosteiro. A freira nega todas as acusações.
Em entrevista ao g1 nesta segunda-feira, 12, Aline Ghammachi disse acreditar que está sendo vítima de perseguição e relatou ter ouvido comentários discriminatórios por parte do abade-chefe da ordem, frei Mauro Giuseppe Lepori. Segundo a religiosa: “O frei Mauro Lepori disse que se eu fosse ao Vaticano, ninguém iria acreditar em mim, porque eu sou mulher, brasileira, sou bonita e ninguém acredita nesse tipo de pessoa. E isso me feriu muito.”.
A freira permanece na Itália e informou que ingressou com recurso contra a decisão no Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, que é a mais alta instância judicial da Igreja Católica.
Ela afirmou ter apresentado a prestação de contas dos cinco anos em que esteve à frente do mosteiro, e que essas informações foram validadas por uma auditoria feita pela diocese.
“O que mais pesava na carta era a questão dos maus-tratos, do abuso de poder e de desvio de recursos. A questão financeira foi fácil de resolver, porque foi feita uma auditoria no mosteiro pela diocese e demonstrou que toda a administração foi corretamente realizada. Só busco a Justiça”, afirmou.
Após o afastamento de Aline do cargo, cinco freiras procuraram a polícia italiana para denunciar violência psicológica atribuída à nova gestora do mosteiro. No total, 11 religiosas deixaram o local desde a saída da madre brasileira.
Com informações do g1.