A iniciativa pretende resgatar o orgulho local, fortalecer a identidade produtiva do Estado e integrar produtores, empresas e consumidores em torno de uma marca comum. “A gente precisava de alguma coisa que nos lembrasse da nossa história linda, da nossa cultura, do nosso jeitão. A maioria dos turistas que vem ao Rio Grande do Norte valoriza justamente o jeito como é recebida. Isso tem que valer também para os produtos feitos aqui”, afirmou Zeca.

O selo é concedido tanto a grandes empresas quanto a pequenos produtores que superam as exigências de vigilância sanitária e demais órgãos de controle. O Sebrae atua no suporte técnico para que empreendimentos menores consigam vender ao varejo e ao mercado institucional. “A proposta é permitir que o pequeno consiga vender para o grande. A gente ajuda desde a regularização até o acesso ao mercado”, explicou.

Entre as empresas já certificadas estão nomes como Simas Industrial, Sterbom e pequenos produtores de mel, castanha, queijos e bebidas artesanais. Em Mossoró, por exemplo, o selo já aparece em gôndolas específicas do Supermercado Queiroz. Em Currais Novos, seis queijeiras, incluindo a marca Dona Branca, foram certificadas. Em Pau dos Ferros, o selo já chegou a produtos como a cachaça Serra do Martins. A ideia, segundo Zeca, é espalhar a marca por todo o Estado. “Não é para o interior vir à capital. É a capital que tem que ir ao interior com um projeto como esse.”

O projeto também prevê presença em grandes feiras nacionais e internacionais, como a Expofruit, em Mossoró, e a Fispal, em São Paulo. Na edição deste ano da feira de frutas tropicais, o stand do Sebrae será todo voltado para produtos com o selo. Além disso, o Sebrae articula a presença de compradores estrangeiros, como redes chinesas, e trabalha para inserir pequenos negócios em rodadas de negócio regionais.

Durante entrevista à Band RN, Zeca explicou que a proposta do selo vai além da economia. Envolve identidade, autoestima e percepção de valor local. Ele também antecipou que o projeto deve expandir para setores como moda autoral e artesanato. “O Feito é feito por nós, para nós. E é também uma façanha, uma conquista. É a chance de voltarmos a gostar de nós mesmos e mostrar isso ao mundo”, disse.

A campanha já aparece em espaços públicos, como o aeroporto de Natal, com outdoors estrelados pelo surfista Ítalo Ferreira, que é o embaixador do projeto. A próxima etapa será digital: um aplicativo com informações sobre empresas certificadas, integração com o turismo e até reservas de passeios com bugueiros locais. “É comércio, é produto, é experiência. É o que somos. A gente só precisa lembrar disso”, concluiu.